quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Poema Negro


Nos arrancaram de nossa terra,
nos empurraram aos morros.
Sob grilhões e chicotes.
Nos disseram que não somos,
que não temos direitos.
Nos espalharam pelo mundo,
imundos e apátridas!
Hoje somos brasileiros, americanos, europeus,
Habitamos todos os recantos do mundo
Somos de todas as nações.
Somos do mundo,
Mas, o Olimpo é branco
e não somos deuses gregos,
Mas, podemos ser o Rei Zulu,
Levantamos nossa cabeça e disseemos: somos negros.
Claro! Temos a pele escura,
Mas não as cores que brilham.
As cores tem certos jeitos.
Jeitos que descrevem.
Jeitos classificam e excluem.
Onde o escuro é ruim.
Onde o claro é limpo!
Onde a escuridão não brilha.
Mas nós podemos brilhar.
Nos palcos, nas quadras, nos campos.
Podemos ser pastores
e sonhar com a igualdade
Podemos ser ministro, presidente.
Podemos pulsar um coração ritmado
e transformá-lo em música
de dor, de alegria, de esperança
Posso reinventar os ritmos
e transformá-los em dança
Não, não somos negros,
Somos gente.
Somos mundo.
Somos força.
Somos, simplesmente, humano.
E acreditamos que,
como todas as cores,
Devemos nos misturar ao arco-íris.