quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Não foi bacana!


Para Ricardo Bauer Romero

Não foi bacana o dia de hoje,
tampouco, o modo como tudo se deu.
Não se espera da vida tão pouco,
nem que a morte seja tão muito.

Não há uma palavra amiga
que possa suprir um amigo.
E agora, o pulsar do coração
vai ter que se ver com a disritmia.

Porque o compasso saiu do passo,
porque num átimo de tempo,
o pulso cessou
e o riso escorreu de nossos dos lábios.

E tu que fostes bacana,
que te apropriastes de ser bacana,
partiu, à francesa.
Silente e sem despedidas.

Tínhamos histórias pra contar.
Pequenas, bobas, sacanas.
Tínhamos motivos à brindar,
E reencontros eternos a marcar.

Ah! Meu amigo Ricardo,
Há que se erigir um grande sorriso no ar,
não para disfarçar a nossa dor,
Mas, para lhe fazer justiça.

Você, o eterno sedutor de pessoas,
você que exalava carinho
e que, mesmo homem feito e pai,
viveu sempre como um bom menino.

Quantos Ricardos foram tão bacanas?
Não vamos admitir a dor.
Seria uma desonra à sua alegria.
Mas não, não foi bacana esse dia!