Na década de 90, na redação de um jornal na cidade de Barueri, estavam fazendo o fechamento da edição semanal. Nesta época, não havia Ilustrator, Pagemaker ou outros softwares para diagramar o jornal. Tudo era feito na mão.
Essa montagem, chamada de past up, era realizada em uma prancheta com uma folha do tamanho da página do jornal. O texto era impresso, recortado e por fim, colado na folha.
Nessa noite, Marcelo imprimiu o texto com o horóscopo do dia e levou para a prancheta. Na prancheta já estavam colados os nomes e desenhos de cada signo. Foi fazendo, então, o recorte e colando nos respectivos signos. Essa colagem era provisória pois, em seguida, o responsável pela montagem faria o ajuste fino e a colagem definitiva. Como era sua última tarefa, Marcelo despediu-se de todos e foi-se embora.
Entretanto, alguém abriu a janela e os textos, mal colados, de cada signo foram parar no chão, misturando-se.
Olhares silenciosos foram trocados. Um "puta que o pariu" quebrou o silêncio.
- E agora? disse Alberto, aflito.
Jonas recolheu os textos.
- Foda-se! disse ele, colando-os em qualquer signo.
No dia seguinte, Mirna abre seu jornal e decide não sair de casa...
