sexta-feira, 18 de julho de 2014

Só que não!


Não veio, na veia, a adrenalina.
No pulso, a pressão nem se auscultava.
O verbo, esse sujeito sem predicados,
misturava-se com palavras de baixo calão.
E a vida já nem era
e nem havia sido.
Só não morreu
porque não tinha existido.
E teve tudo o que podia ter tido:
o nada e o vazio.
Só que não!
O baixo calão poetizou
e à margem das letras
se fez poesia marginal.
O sujeito se armou de verbo
e de consciência.
E encheu-se de predicados.
A velha veia já necrosada,
ousada, encheu-se de poesia,
reviveu e pulsou.
E a vida escorreu pelo resto da vida!
Só que não!

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